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Fora D'Horas com Gonçalo Braga


 «Quero continuar a trabalhar naquilo que amo. Agora, estou a viver o meu sonho »

 
No novo episódio do Fora D’Horas, a DMTV esteve à conversa com Gonçalo Braga, um dos “moranguitos” que podemos ver na série Morangos com Açúcar. 
     Natural de Braga, apaixonado pelas artes e, com apenas 17 anos, deixou a sua cidade para correr atrás do sonho, até Lisboa. 
Numa conversa animada e sem filtros, Gonçalo confessa que hoje, com 23 anos, está a viver o seu sonho.
Adotou Braga como apelido e como nome artístico e, questionado sobre o porquê dessa escolha, Gonçalo conta a forma engraçada como surgiu esta ideia.  “Havia outro Gonçalo na turma e era mais fácil um ser o apelido mas, como não acharam Antunes um bom apelido e como o meu sotaque era muito carregado, ficou Braga”, conta. 
Era um miúdo rebelde, com energia para “dar e vender” e que sempre adorou a área das artes. Revela que na adolescência deu muitas dor de cabeça aos seus pais, mas que acredita que foi essa personalidade forte que o fez arriscar e chegar onde está hoje.

Eu era um miúdo muito rebelde. Dei muitas dores de cabeça à minha mãe mas essa rebeldia também foi o que me trouxe aqui.

A paixão pela representação surgiu cedo e o aparecimento da série juvenil Morangos com Açúcar foi um despertar para o artista. Com pouco mais de 10 anos, já sonhava em estar ali, na televisão, a interpretar alguma personagem e, por isso, desde tenra idade que começou a fazer teatro em Braga.  
O sonho foi crescendo e, em conversa com uma amiga, com quem estava a trabalhar numa animação de rua, decidiu dar o grande passo de ir atrás do sonho, até Lisboa. Deixou os estudos e, com apenas 17 anos, foi para a cidade dos sonhos, a mais de 300 km de casa, para trabalhar e juntar dinheiro para estudar numa escola de teatro em Cascais. Gonçalo confessa que nunca foi fã da escola, mas que estar ali foi a experiência mais importante no seu percurso.

Eu que nunca gostei da escola, ali senti que era um sonho. Parecia que era magia

Aí começaram a surgir as oportunidades profissionais, foram feitos contactos no mundo das artes e, finalmente, os Morangos com Açúcar voltaram.
O Gonçalo interpreta um jovem, o Bruno, que, por coincidência, partilha uma história de vida idêntica ao artista...ambos perderam o pai. Questionado sobre se isso o perturbou ou o ajudou a retratar melhor o sofrimento e a revolta da personagem, Gonçalo diz que o seu objetivo foi perceber como se sentiu quando perdeu o seu pai, em 2020, e transportar isso para o Bruno, mas de uma forma bem mais excessiva. 
 
Eu superei porque tinha que superar e porque era isso que o meu pai queria, mas para o Bruno foi bem pior
Esta tem sido, para o artista, um experiência única, uma oportunidade de crescer e trabalhar mais em direção ao seu grande objetivo profissional. Mas o Gonçalo, o “miúdo” de 23 anos, não é só isto... é realizador, produtor e ator.
 
Além de ser ator, o que eu quero e pretendo fazer é criar e contar as minhas histórias

A vontade sempre foi a de criar e contar as suas próprias histórias e daí nasceu o DOLO, o primeiro trabalho. Conta-nos que foi um projeto que nasceu num café, entre amigos, mas no final cada um foi à sua vida e a ideia de um filme ficou ali, na mesa do café, mas o Gonçalo ficou a “remoer” no assunto.
No caminho para casa, encontrou um anúncio de um apoio financeiro em Cascais e decidiu concorrer, acabando por ganhar. Aí foi o clique a indicar que o filme tinha de acontecer. E aconteceu. Foram três anos de muita dedicação e agora está pronto para ser divulgado. 
Neste caminho de realização do DOLO, o artista acabou por criar a CENTAUREA, a sua produtora. Com o objetivo de ter o seu cunho pessoal em todos os seus trabalhos, Gonçalo confessa ainda que apesar de ser ele o realizador, quer que as pessoas que o acompanham profissionalmente também tenham a oportunidade de criar. 
E assim segue o seu sonho, já com um segundo projeto a ser criado, uma história de amor e mais uma vez com grande cunho pessoal.

Apesar de eu ser o realizador, o trabalho é feito em equipa.  Só assim me faz sentido

E como o Gonçalo começou por afirmar, não precisa nem quer escolher entre produção, realização e representação. Pode ser aquilo que quiser, desde que o faça com amor.

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